quarta-feira, 23 de junho de 2010

O temível, o Enigmático, o Inesquecível: O Cebreiro

"Num gélido inverno do ano de 1300, um
sacerdote beneditino estava celebrando a
Santa Missa numa capela lateral na igreja
do convento de O Cebreiro. Ele pensava que
naquele dia tão cruel que nevava abundantemente
e o vento era insuportável, ninguém teria
coragem de sair de casa para ir à Missa, mas se
equivocava. Um camponês de Barxamaior,
chamado Juan Santín, subiu ao convento para
participar da Missa. O sacerdote celebrante que
não acreditava na presença real de Cristo no
Santíssimo Sacramento, olhou com desdém o
sacrifício e a boa vontade do camponês e com
esse sentimento começou a celebrar a Missa.
Assim que ele pronunciou as palavras da
consagração, a Hóstia se converteu em Carne e
o vinho em Sangue que começou a transbordar
do Cálice manchando o Corporal. Parece que
até a cabeça da estátua de Nossa Senhora
abaixou-se em sinal de adoração no momento
do Milagre. O povo hoje chama a estátua
“Nossa Senhora do Santo Milagre”. O Senhor
quis abrir os olhos do sacerdote incrédulo
que tinha duvidado e recompensar a grande
devoção do camponês."


Durante quase duzentos anos
a Hóstia transformada em Carne ficou
guardada em cima da Patena; mas numa
peregrinação da Rainha Isabel a Santiago de
Compostela, ela passou por O’Cebreiro e
tomou conhecimento do Milagre e mandou
confeccionar um valioso Relicário de cristal,
sob medida, para guardar a Hóstia Milagrosa.
Atualmente a Hóstia, o Cálice e a Patena,
podem ser venerados na igreja do Milagre.

E é com esta história incrível de fé e milagre que abrimos este post.



O Cebreiro é um lugar muito misterioso, enigámatico, incomparável e único para o peregrino rumo a Santiago. Além da história de milagre, o visual totalmente diferente de sua arquitetura, caracterizadas pelas palhozas, antigas habitacões celtas, dão a sensação de que o tempo parou há milhares de anos.



Como poderão ver nas fotos abaixo, o clima ainda contribuiu para esta atmosfera de encantamento quando chegamos por lá.



O Cebreiro foi e sempre será para nós, como para todos os peregrinos que o visitam, um milagre a parte.




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